Resumo

“Contos de Durotar” fora criado para relatar histórias dos jogadores de um modo interpretativo dentro do mundo virtual de Azeroth, na tentativa de envolver o leitor mostrando acontecimentos paralelos.

O objetivo é que as histórias sejam criadas e contadas pela interpretação e imaginação do jogador, podendo serem baseado em fatos reais ou não, seja na modalidade PvE ou, até mesmo, no PvP.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Soldado das Sombras (Parte 1)


Era frio. Sempre era frio, mas tinha dias que estava de congelar.

Lembro o quão prazeroso eram as caçadas na ilha de Tol Barad, mas tinham dias que, enquanto à espreita, me sentia a própria presa.
Eu não fazia ideia do que eu estava a sentir e em muitas vezes, sim, senti medo. 

Medo: uma palavra que não cabe em 90% das cabeças Orcs e eu era um destes até começar as caçadas nesta ilha.

“Não, não pode ser. Eu não vejo o inimigo! Na verdade nem sei se é inimigo...”, eu pensava.

Na esquerda do acampamento dos Hellscream existia um cemitério onde o cheiro da morte flutuava em toda aquela terra. Em grande parte das missões dos combatentes que se atreviam em pisar na ilha de Tol Barad, havia uma em particular que nos mandavam soltar espíritos presos em nosso mundo material.

No lado leste também havia algo mal assombrado perto do acampamento da Aliança que se tratava de um farol abandonado no qual subi várias vezes em troca de ter toda a vista da ilha. Eram nestes dois locais que o calafrio aparecia em maior parte das vezes.

Algo estava errado!


“Será que estou sendo caçado também?”

”Será que os demônios querem me punir pelas minhas feitas?”

“Será??”

Um dia decidi dar um basta! Que fosse um ser do abismo ou qualquer outra entidade, não importava. Naquela altura nem minha morte importava, mas eu estava certo de que olhos estavam sobre minhas costas. 

Noite escura como nunca tinha visto...
Pavor... 
Neblina...
O odor de corpos em decomposição...

Era frio, sempre era frio, mas naquele dia eu era a isca e a caça.

Em direção ao farol me escondia de tronco em tronco, insinuando mais uma de minhas investidas contra a Aliança até que cheguei ao local do objetivo.

Uma cabana, espíritos ao redor e um passo para traz. Apenas um passo para traz e eu tinha acabado de descobrir o ser que me espreitava. Nosso primeiro contato ocorreu com um corte leve em meu tendão direito.  Senti a gélida lamina passar em minha carne de forma lenta e ao mesmo tempo letal. Como especialista em armas eu tinha certeza que o inimigo em minhas costas empunhava algo parecido com uma adaga. Minha vista aos poucos apagou e não tinha forças para estender meu grande machado.

Eu tinha acabado de ser envenenado e em quatro segundos parte de minha força voltara.

“Mas o que?! Um humano?!”, foi o que recordo em gritar quando me virei. 

Suspirei ao levantar meu machado e deixei que a gravidade o fizesse descer. Consegui acertar meu oponente que, em um piscar de olhos, desapareceu novamente, mas ainda conseguia sentir sua presença.

Esta ação meu deu tempo suficiente de fugir para o acampamento da Horda.

“COVARDE! Sinto-me um covarde!”

Um passo, apenas um passo ao entrar no acampamento e tombei.

Lembro-me de vários Orcs curandeiros tentando me fazer reagir naquele chão gelado, outros Blood Elfs gritavam “Mais uma vítima do Espectro Demoníaco!! Me recuso em adentrar nesta ilha novamente...”

E assim fora o meu primeiro contato com o tal “Espectro Demoníaco” que assombravam as redondezas.  

Os rumores eram vários. Alguns diziam que era um demônio evocado pela Aliança, outros falavam que era uma espécie de defensor da ilha tentando espantar ambas as facções e todos falaram que fui o primeiro a voltar vivo de seus ataques.

Apenas eu sabia de quem realmente estavam tratando e minha missão fora cumprida, no entanto, com grande derramamento de meu sangue. Ele era tão rápido que me cortou e esfaqueou sete vezes na altura do estômago nos quatro segundos em que me mantive apagado no combate.

Os curadores me informaram que por minutos eu não morri. Respondi: “acho que encontrei um adversário a altura”. Ouvi risos de deboche e as cortinas da cabana na qual me mantinham em repouso se fecharam.

Um passo... Queria dar mais um passo nesta investigação. Acredito que foi por isso que me mantive vivo.

REVANCHE! Foi o nome da minha cura e não iria deixar barato às cicatrizes ganhadas à força daquele combatente que batizei de “Soldado das Sombras”.

RECUAR! Pode ter sido uma atitude covarde, mas com minha vida eu teria outra chance para mata-lo.

RESISTIR! Os venenos demoraram meses até me sentir apto a treinar combates em Durotar. Todos perguntavam o que a entidade era e qual sua aparência. Decidi inventar que não me lembrava sem um motivo em particular. Talvez eu quisesse lhes surpreender com sua cabeça rolando nas pedras vermelhas de Durotar em qualquer futuro próximo. 

Um passo... Só mais um passo e eu começaria uma nova jornada na busca deste humano: o Soldado das Sombras.

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